Não há caso nem descaso,
presente nem passado,
mar salgado ou congelado
que me faça esquecer o essencial.
Não há barreiras ou obstáculos,
estradas de terra ou asfalto,
barco à vela ou naufragado
que me faça esquecer o transcedental.
Não há mais beijo ou abraço,
coração solto ou apertado,
livro novo ou usado
que me faça esquecer o amor natural.
Ele é vivo e traz vida,
enche os campos de flores
na primavera, aquece de amor,
no verão, a mãe terra.
Sabe que quando algo dá sinais de cansaço
no outono, parece quase morto
no inverno, é porque chegará o tempo
de, na primavera, beijar a vida e dela receber seu abraço.
Minha vida é como as estações.
Há épocas de solstícios e equinócios,
para aflorar as roseiras
dos corações. Viver bem consigo é muito bonito.
Queria agradecer a Heleniza Saldanha pelas mensagens confortadoras e um texto maravilhoso que tirou qualquer mancha de dúvida sobre o que realmente importa. Foi daí que dei forma à ordem natural das palavras. Obrigado.