sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aparências Nº 2

Nem parece que o mundo girou
Nem parece que por estradas andei,
pessoas conheci, versos compus.
Para para ver e ainda estou aqui.

Nem parece que sol nasceu
ou foi meu amar que não aconteceu
nem parece que feri me nos espinhos
nem parece que aqui ainda estou.

Nem parece que senti o calor da fogueira
que queimava-me enquanto, por ideias lutava.
Não acredito que ainda estou aqui.

Nem parece que sou eu,
que sonhava em conhecer o mundo
e aqui ainda estou.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pranto

Chora a estrada
e a noite ébria
Chora as ruas
e minha imagem
etéria.

Chora o céu
e seu pranto
germina a vida
enquanto chora
eu. E o que
nasceu?

Chora o poeta
versos de lamúria
chora o homem
por trás da sua fúria
Choro eu
porque a quem amo
não posso ter.

E num recanto
onde o pranto fica
do lado de fora
pessoas giram
numa roda
e por um instante
todo o passado
parece enfeites
de estante.

Mas dor que é
dor ainda faz,
sem temor,
sofrer quem,
por amor,
insiste em viver.





Alexandre henrique

domingo, 15 de maio de 2011

Modernidade orgânica

Há um sonho
uma ação
uma palavra
a ser dita.
Tudo espera
tudo fica
até alguém dar
a partida.

Como uma estrada
interminável
estado de procura
levando apenas
memórias
registradas
no computador
da cabeça.

De tanto viver
no automático
acabei me
sentindo uma
máquina.

Hoje, pulsa vida
nas minhas
engrenagens.
Corre carinho
afeto e
amor nos
limites do
meu ser.

Hoje, como ser
vivo, tenho que levar
vida, a quem
precisa.
Mesmo longe
a essência
não conhece
distância.
Apenas vai
apenas chega.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ainda há esperanças

Bate coração acelerado
como quem viu o rosto do amado
como quem sentiu a voz perder espaço
e a razão ceder lugar
à emotividade do agir.

Bate coração acelerado
acreditando que tudo vai dar certo
sem saber se ainda é cedo
ou tarde para ficar a sonhar.

Bate coração. Apenas bate
e leva vida aos quatro cantos desse corpo
que cansou de pedir socorro
mas no meio do túnel escuro
uma luz se acendeu.

Bate coração. Bate, bate, bate
e termine o que começou:
se entregue
sem remorso.

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