quinta-feira, 7 de junho de 2012

Desabafo


Não quero fazer drama barato
daqueles que só criam caso
mas se for pra ser sincero
Você não me instiga ao ato

Uma garrafa vazia
que mais álcool não tem a oferecer.
uma tarde esquecida,
uma lembrança perdida.
Páginas passadas não criam livros
nem uma história que mereça atenção
seus lábios foram apenas o começo
Do que eu estava destinado a ser.

Agora que a vida continua
E te ponho no devido lugar
espero que você não esqueça
daquela tarde, aquele beijo, aquele bar.

E assim, passado, te deixo
enterrado junto do que foi amargo
Porque hoje não és mais nada,
estás preterizado. 

Ciclo


Faz falta.














Dói.




















Penso que passou.





Alguém aparece.

  

Tudo recomeçou.

Prece

O Sangue que pulsa em minhas veias
é o mesma que se vai na banheira,
é a taça de vinho que está sempre cheia
dos sabores suaves, seu porto meu tinto.

O sentimento que me preenche
ora esvazia o átrio do peito
e transforma em pedra o amor que ainda sinto
ora esquenta o corpo com a lembrança de um distante voo.

Leve-me, acaso,
ao encontro do meu amado
ou arranca a lembrança que ainda existe dele
no meu passado.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Filho do Éter

Cresce vindo do éter
algo intocável, incomensurável
algo que muda o eixo
até que deixo outro elo inquebrável.

Não me refiro ao que acontece
em um mundo físico
de sensações limitadas
pelo ser ou não é mais.

Quero que venha desimpedido
disposto
assim como eu.

Quero que venha do jeito é
alegre
quem dera eu.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Poema Indigente Nº 2

Livre como o verso
que não pede para nascer
Simplesmente chega e abraça
a branca folha com ideias vagas.

Na Caixa de Pandora não há águas
só a longa e isolada estrada
e cada passo semeando saber
sendo errado ou certo.

Beira o cérebro
um longo arrepio de prazer
subindo pelo corpo ainda em brasa
faz a matéria correr e pular em tuas marés rasas

Seja livre como o verso
Sou objeto do seu longo prazer
Sei esquentar todas as mínimas brasas
para nossos corpos em fogueira tornar ao nada.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Aprendiz

Não me arrependo de cada verso
de cada dia do inverno
que vivia eu com livros lendo
linhas saindo e lágrimas ao avesso

Só me resta tirar o fruto
de um momento um suco
que não se quer beber muito
eu só quero o amor absoluto

Sei que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz.
Eu sou e sempre serei um aprendiz.

Aprendi com os discos, revistas e livros
pessoas, pais e filhos
homens, mulheres e bichos
que o ser é a utopia de estar vivo.

Se as escolhas foram certas
o objetivo miro de flecha
a vida inteira como porta aberta
para arrancarem um coração e plantar lá uma pedra

Me disseram que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz
Não sou mais nada a não ser um aprendiz.

Se a existência desabrocha em flor
pulsa no peito a tenra dor
em sortimento de cor
ser aquela pena que não serve para compor

Gira a roda da fortuna, vira a mesa
Hoje os olhos vêem beleza
por trás do que a natureza
tratou de jogar pele por cima de toda pureza

Vi sorrisos, saltos, gritos
um abraço amigo desenhado à giz
Eu sou e sempre serei um aprendiz.
Sei que a vida não é fácil
mas só um abraço pode me deixar feliz.
Levanto a bandeira e grito: Sou um eterno aprendiz.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Poemas para o corpo - Trajetória

Corre a língua em todo corpo
percorre um arrepio que vem subindo
Pulsa e pulsa desejo pulsante
dentro do oco vindo no ser viajente.

Sou só um estranho em sentimentos
desses com a voz rouca de bebida
e alucinado corre a língua em corpo alheio
pensamento instiga a andar nos fins e meios

Uma gota de suor percorre cada curva
Faz meus olhos virarem e ver somente somente um nada
projetando imagens, delírios, vestígios de existências anteriores
E assim meu corpo experimenta uma chuva
Um poema história brota como olho d'água
Um poeta sofre desilusões e desamores.

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