Livre como o verso
que não pede para nascer
Simplesmente chega e abraça
a branca folha com ideias vagas.
Na Caixa de Pandora não há águas
só a longa e isolada estrada
e cada passo semeando saber
sendo errado ou certo.
Beira o cérebro
um longo arrepio de prazer
subindo pelo corpo ainda em brasa
faz a matéria correr e pular em tuas marés rasas
Seja livre como o verso
Sou objeto do seu longo prazer
Sei esquentar todas as mínimas brasas
para nossos corpos em fogueira tornar ao nada.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Aprendiz
Não me arrependo de cada verso
de cada dia do inverno
que vivia eu com livros lendo
linhas saindo e lágrimas ao avesso
Só me resta tirar o fruto
de um momento um suco
que não se quer beber muito
eu só quero o amor absoluto
Sei que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz.
Eu sou e sempre serei um aprendiz.
Aprendi com os discos, revistas e livros
pessoas, pais e filhos
homens, mulheres e bichos
que o ser é a utopia de estar vivo.
Se as escolhas foram certas
o objetivo miro de flecha
a vida inteira como porta aberta
para arrancarem um coração e plantar lá uma pedra
Me disseram que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz
Não sou mais nada a não ser um aprendiz.
Se a existência desabrocha em flor
pulsa no peito a tenra dor
em sortimento de cor
ser aquela pena que não serve para compor
Gira a roda da fortuna, vira a mesa
Hoje os olhos vêem beleza
por trás do que a natureza
tratou de jogar pele por cima de toda pureza
Vi sorrisos, saltos, gritos
um abraço amigo desenhado à giz
Eu sou e sempre serei um aprendiz.
Sei que a vida não é fácil
mas só um abraço pode me deixar feliz.
Levanto a bandeira e grito: Sou um eterno aprendiz.
de cada dia do inverno
que vivia eu com livros lendo
linhas saindo e lágrimas ao avesso
Só me resta tirar o fruto
de um momento um suco
que não se quer beber muito
eu só quero o amor absoluto
Sei que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz.
Eu sou e sempre serei um aprendiz.
Aprendi com os discos, revistas e livros
pessoas, pais e filhos
homens, mulheres e bichos
que o ser é a utopia de estar vivo.
Se as escolhas foram certas
o objetivo miro de flecha
a vida inteira como porta aberta
para arrancarem um coração e plantar lá uma pedra
Me disseram que a vida não é fácil
mas é só um passo para ser feliz
Não sou mais nada a não ser um aprendiz.
Se a existência desabrocha em flor
pulsa no peito a tenra dor
em sortimento de cor
ser aquela pena que não serve para compor
Gira a roda da fortuna, vira a mesa
Hoje os olhos vêem beleza
por trás do que a natureza
tratou de jogar pele por cima de toda pureza
Vi sorrisos, saltos, gritos
um abraço amigo desenhado à giz
Eu sou e sempre serei um aprendiz.
Sei que a vida não é fácil
mas só um abraço pode me deixar feliz.
Levanto a bandeira e grito: Sou um eterno aprendiz.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Poemas para o corpo - Trajetória
Corre a língua em todo corpo
percorre um arrepio que vem subindo
Pulsa e pulsa desejo pulsante
dentro do oco vindo no ser viajente.
Sou só um estranho em sentimentos
desses com a voz rouca de bebida
e alucinado corre a língua em corpo alheio
pensamento instiga a andar nos fins e meios
Uma gota de suor percorre cada curva
Faz meus olhos virarem e ver somente somente um nada
projetando imagens, delírios, vestígios de existências anteriores
E assim meu corpo experimenta uma chuva
Um poema história brota como olho d'água
Um poeta sofre desilusões e desamores.
percorre um arrepio que vem subindo
Pulsa e pulsa desejo pulsante
dentro do oco vindo no ser viajente.
Sou só um estranho em sentimentos
desses com a voz rouca de bebida
e alucinado corre a língua em corpo alheio
pensamento instiga a andar nos fins e meios
Uma gota de suor percorre cada curva
Faz meus olhos virarem e ver somente somente um nada
projetando imagens, delírios, vestígios de existências anteriores
E assim meu corpo experimenta uma chuva
Um poema história brota como olho d'água
Um poeta sofre desilusões e desamores.
domingo, 27 de novembro de 2011
Duo
Olha no espelho um rosto maltratado
desiludido, desprezado, depressivo
Vive uma vida ilusória
de glória, luxo e luxúria.
Apresenta o passado num cartão de visita
tira a vista de quem ama
veste chita como se fosse das sedas a mais fina
Simplório e inglório, num invólucro permeável
E um gesto singelo de espasmo e sarcasmo
Imita o Erasmo e faz da sala um palco.
Assim sai. Sem dizer nada.
Ninguém o vê nem ouve. Habita em mim
e conta histórias. Não chega na hora
nem dorme cedo. Pula a faixa e abre o berreiro.
desiludido, desprezado, depressivo
Vive uma vida ilusória
de glória, luxo e luxúria.
Apresenta o passado num cartão de visita
tira a vista de quem ama
veste chita como se fosse das sedas a mais fina
Simplório e inglório, num invólucro permeável
E um gesto singelo de espasmo e sarcasmo
Imita o Erasmo e faz da sala um palco.
Assim sai. Sem dizer nada.
Ninguém o vê nem ouve. Habita em mim
e conta histórias. Não chega na hora
nem dorme cedo. Pula a faixa e abre o berreiro.
sábado, 5 de novembro de 2011
Poema Indigente N° 1
Vim buscar o que sempre foi meu
O que me atraiu, o grito de socorro
De um objeto ser vivo, viajante
Perdido nos devaneios dos seus suspiros.
Nos labirintos míticos do seu eu
Minha voz suave corre como um calafrio
Levando meus pudores aos ouvidos
E a boca responde em mil desejos proibidos.
Involuntário ato natural, penso eu em corpo e alma
Sou animal assim como ser humano
Voluntário ato racional, ajo eu sem razão
Pensar em alguém na labuta ou no ócio
Abra os abraços e me receba.
Vim buscar o que é meu e você afanou.
O que me atraiu, o grito de socorro
De um objeto ser vivo, viajante
Perdido nos devaneios dos seus suspiros.
Nos labirintos míticos do seu eu
Minha voz suave corre como um calafrio
Levando meus pudores aos ouvidos
E a boca responde em mil desejos proibidos.
Involuntário ato natural, penso eu em corpo e alma
Sou animal assim como ser humano
Voluntário ato racional, ajo eu sem razão
Pensar em alguém na labuta ou no ócio
Abra os abraços e me receba.
Vim buscar o que é meu e você afanou.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Na Estrada
Segue o andarilho em cada trilho, cada calçada
Na esquina por onde passa deixa um rastro
Quem passa e fica nada sabe sobre quem anda
De onde veio, para onde vai e o que o faz caminhar
Conversa consigo mesmo tendo a lua e as estrelas
Como companhia de uma aparente longa jornada
E não demora muito para descobrir que nem sempre
O caminho mais seguro é o mais rápido
Seguro mesmo é ser montanha.
Somos humanos. Vento, terra, água e fogo
Anda pensando e chega reflexivo.
Seguir seu caminho dói no coração
Quando não há ninguém para seguir junto consigo
Mas mover-se é necessário.
É por isso que existe o andarilho.
Porque a estrada é sedutora
E o desejo de mudar, constante.
Na esquina por onde passa deixa um rastro
Quem passa e fica nada sabe sobre quem anda
De onde veio, para onde vai e o que o faz caminhar
Conversa consigo mesmo tendo a lua e as estrelas
Como companhia de uma aparente longa jornada
E não demora muito para descobrir que nem sempre
O caminho mais seguro é o mais rápido
Seguro mesmo é ser montanha.
Somos humanos. Vento, terra, água e fogo
Anda pensando e chega reflexivo.
Seguir seu caminho dói no coração
Quando não há ninguém para seguir junto consigo
Mas mover-se é necessário.
É por isso que existe o andarilho.
Porque a estrada é sedutora
E o desejo de mudar, constante.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
O Contexto
Eu não quero te obrigar a nada
só quero o que você quiser de mim.
Sou um reflexo de nós dois,
espelho d'água na fonte,
em meus sonhos, um zahir.
Fui tomado pelo fogo da impulsividade,
meu corpo não obece meus comandos.
Sou dois seres habitando uma só matéria.
Pensamento e vida durante o dia,
Flúido e inércia olhando a rua pela janela.
E se minha energia atraia você,
minhas vibrações não escondem o desejo.
Minha pele só anseia o seu prazer
e meu ser, uma completa existência.
Sou, nesse momento, uma espera
como a fé do irmão que oferendeia.
Alexandre Henrique, 29 de setembro de 2011.
só quero o que você quiser de mim.
Sou um reflexo de nós dois,
espelho d'água na fonte,
em meus sonhos, um zahir.
Fui tomado pelo fogo da impulsividade,
meu corpo não obece meus comandos.
Sou dois seres habitando uma só matéria.
Pensamento e vida durante o dia,
Flúido e inércia olhando a rua pela janela.
E se minha energia atraia você,
minhas vibrações não escondem o desejo.
Minha pele só anseia o seu prazer
e meu ser, uma completa existência.
Sou, nesse momento, uma espera
como a fé do irmão que oferendeia.
Alexandre Henrique, 29 de setembro de 2011.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
O que realmente importa
Não há caso nem descaso,
presente nem passado,
mar salgado ou congelado
que me faça esquecer o essencial.
Não há barreiras ou obstáculos,
estradas de terra ou asfalto,
barco à vela ou naufragado
que me faça esquecer o transcedental.
Não há mais beijo ou abraço,
coração solto ou apertado,
livro novo ou usado
que me faça esquecer o amor natural.
Ele é vivo e traz vida,
enche os campos de flores
na primavera, aquece de amor,
no verão, a mãe terra.
Sabe que quando algo dá sinais de cansaço
no outono, parece quase morto
no inverno, é porque chegará o tempo
de, na primavera, beijar a vida e dela receber seu abraço.
Minha vida é como as estações.
Há épocas de solstícios e equinócios,
para aflorar as roseiras
dos corações. Viver bem consigo é muito bonito.
Queria agradecer a Heleniza Saldanha pelas mensagens confortadoras e um texto maravilhoso que tirou qualquer mancha de dúvida sobre o que realmente importa. Foi daí que dei forma à ordem natural das palavras. Obrigado.
presente nem passado,
mar salgado ou congelado
que me faça esquecer o essencial.
Não há barreiras ou obstáculos,
estradas de terra ou asfalto,
barco à vela ou naufragado
que me faça esquecer o transcedental.
Não há mais beijo ou abraço,
coração solto ou apertado,
livro novo ou usado
que me faça esquecer o amor natural.
Ele é vivo e traz vida,
enche os campos de flores
na primavera, aquece de amor,
no verão, a mãe terra.
Sabe que quando algo dá sinais de cansaço
no outono, parece quase morto
no inverno, é porque chegará o tempo
de, na primavera, beijar a vida e dela receber seu abraço.
Minha vida é como as estações.
Há épocas de solstícios e equinócios,
para aflorar as roseiras
dos corações. Viver bem consigo é muito bonito.
Queria agradecer a Heleniza Saldanha pelas mensagens confortadoras e um texto maravilhoso que tirou qualquer mancha de dúvida sobre o que realmente importa. Foi daí que dei forma à ordem natural das palavras. Obrigado.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
A suavidade do gesto
Tão delicado os sinais
que envia teu inconsciente
em cada movimento quente
de quem na manga esconde um ás.
Segue o gesto que anuncia
que hoje não queres ficar só
e ainda anseias bebida e pó
na calada da noite, calúnias e mentiras.
Vi o teu grito como Algaravias
e nessas estradas desérticas
minha alegria é ser mais que um poeta.
Teus gestos me convidam
que eu venha e entra em sua vida.
Irás deixar a porta aberta.
que envia teu inconsciente
em cada movimento quente
de quem na manga esconde um ás.
Segue o gesto que anuncia
que hoje não queres ficar só
e ainda anseias bebida e pó
na calada da noite, calúnias e mentiras.
Vi o teu grito como Algaravias
e nessas estradas desérticas
minha alegria é ser mais que um poeta.
Teus gestos me convidam
que eu venha e entra em sua vida.
Irás deixar a porta aberta.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Aqui e agora
A estrada que cresci amando
me faz triste só de nela pensar.
Minhas raízes ainda não conseguiram se fixar
mas ser melancólico pede não mais prantos.
Sem lágrimas de amor, saudade, vazio
solidão, utopia, desilusão, desespero.
Cicatrizes mal curadas na pele em relevo
para tornar falsa a felicidade que anuncio.
Sei ser somente assim.
Amar intensamente
sem esperanças de conseguir.
Ainda queria que você estivesse aqui.
Em resumo do meu ser eu te digo:
nem conheço-te e sinto-me sozinho.
me faz triste só de nela pensar.
Minhas raízes ainda não conseguiram se fixar
mas ser melancólico pede não mais prantos.
Sem lágrimas de amor, saudade, vazio
solidão, utopia, desilusão, desespero.
Cicatrizes mal curadas na pele em relevo
para tornar falsa a felicidade que anuncio.
Sei ser somente assim.
Amar intensamente
sem esperanças de conseguir.
Ainda queria que você estivesse aqui.
Em resumo do meu ser eu te digo:
nem conheço-te e sinto-me sozinho.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
A mente desocupada, um tempo ocioso, um rascunho feito,
Eu, que hoje faço versos por prazer,
já os fiz várias vezes por amor.
Ainda há amor habitando
entre o espaço de cada palavra.
Eu, que já chorei sobre o caderno,
que já me alegrei com alguns vocábulos,
fico a admirar e cristalizar
torna sólido o fluído criativo da alma.
Cada verso é uma pérola
e eu só tenho colares, brincos e braceletes a oferecer.
Pobre da ostra, que perde sua paz.
Pobre do poeta, que nunca se satisfaz.
O incansável, imutável desejo de ser perfeito
nunca em plano material alcançado,
fardo tão pesado
para o verso que quer ser imortal.
já os fiz várias vezes por amor.
Ainda há amor habitando
entre o espaço de cada palavra.
Eu, que já chorei sobre o caderno,
que já me alegrei com alguns vocábulos,
fico a admirar e cristalizar
torna sólido o fluído criativo da alma.
Cada verso é uma pérola
e eu só tenho colares, brincos e braceletes a oferecer.
Pobre da ostra, que perde sua paz.
Pobre do poeta, que nunca se satisfaz.
O incansável, imutável desejo de ser perfeito
nunca em plano material alcançado,
fardo tão pesado
para o verso que quer ser imortal.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Pela estrada
Pelo caminho tortuoso
através dessa estrada deserta,
vai um viajante e sua mala.
Guiado pelas estrelas
com uma esperança inconsequente,
se lança na estrada e não mais deseja voltar.
Lá segue ele. Está conversando
com as estrelas, a lua, as pedras,
em todo elemento natural que lá está.
Pergunte a ele sobre cada
palmo daquele caminho. E ele responde:
Conheço tudo. Não deixei passar nada.
Queria ter um pouco desse viajante,
Sentir-se acompanhado até na mais densa solidão
aventurar-se sem medo do que o espera.
Queria ter um norte, por quem me lançaria nessa estrada.
Levar na mala não mais que meu nome
para ter alguem que vá
na minha ânfora chorar.
Quero ser como esse viajante
e minha estrada valerá a pena.
através dessa estrada deserta,
vai um viajante e sua mala.
Guiado pelas estrelas
com uma esperança inconsequente,
se lança na estrada e não mais deseja voltar.
Lá segue ele. Está conversando
com as estrelas, a lua, as pedras,
em todo elemento natural que lá está.
Pergunte a ele sobre cada
palmo daquele caminho. E ele responde:
Conheço tudo. Não deixei passar nada.
Queria ter um pouco desse viajante,
Sentir-se acompanhado até na mais densa solidão
aventurar-se sem medo do que o espera.
Queria ter um norte, por quem me lançaria nessa estrada.
Levar na mala não mais que meu nome
para ter alguem que vá
na minha ânfora chorar.
Quero ser como esse viajante
e minha estrada valerá a pena.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Prisão do corpo
Neste plano, talvez, não sei,
onde o corpo é casa do prazer
podado pelas arestas da mente,
estás a seguir tua vida.
Neste palco, talvez, eu sei
que aquele poeta por trás da voz
que canta, transcende a mente
e torna certo o que pode não ser
Nestes versos, eu sei, você também,
há apenas uma máscara
doce e frágil do ser
que por emoção não para.
Neste morada, eu sei, irei
trascender o plano físico
e em etéria matéria
ser seu, amante ou amigo.
Neste trajeto, eu sei, eu sei,
o fio de prata que me prende
e o consciente que me guia
não podem trazer você
Neste corpo, eu sei, eu sinto,
que aqui onde estou
nada posso ter de você
Noutra realidade, eu sei,
que posso chegar a você.
Qual consciente pode ajudar
a chegar até você?
onde o corpo é casa do prazer
podado pelas arestas da mente,
estás a seguir tua vida.
Neste palco, talvez, eu sei
que aquele poeta por trás da voz
que canta, transcende a mente
e torna certo o que pode não ser
Nestes versos, eu sei, você também,
há apenas uma máscara
doce e frágil do ser
que por emoção não para.
Neste morada, eu sei, irei
trascender o plano físico
e em etéria matéria
ser seu, amante ou amigo.
Neste trajeto, eu sei, eu sei,
o fio de prata que me prende
e o consciente que me guia
não podem trazer você
Neste corpo, eu sei, eu sinto,
que aqui onde estou
nada posso ter de você
Noutra realidade, eu sei,
que posso chegar a você.
Qual consciente pode ajudar
a chegar até você?
sábado, 25 de junho de 2011
Abraço de um velho conhecido
E esse grito sufocado
dando sinais de dor existente
continua preso na garganta.
olho para o lado. Por mais que eu tente, não adianta.
Paro um momento.
Talvez a calma revele algo.
Mas minha voz clama por liberdade,
meu corpo expressa em vagos atos sua ansiedade.
E essa dor que aqui lateja
lá, onde existia um coração
agora envolto numa carapaça
pedra bruta, longe da emoção.
E o fantasma de minhas encarnações
passadas, vem sem disfarce
pronto para entristecer essa face.
E agora, vos apresento, solidão, mas não entristeça mais
esse teu velho conhecido.
dando sinais de dor existente
continua preso na garganta.
olho para o lado. Por mais que eu tente, não adianta.
Paro um momento.
Talvez a calma revele algo.
Mas minha voz clama por liberdade,
meu corpo expressa em vagos atos sua ansiedade.
E essa dor que aqui lateja
lá, onde existia um coração
agora envolto numa carapaça
pedra bruta, longe da emoção.
E o fantasma de minhas encarnações
passadas, vem sem disfarce
pronto para entristecer essa face.
E agora, vos apresento, solidão, mas não entristeça mais
esse teu velho conhecido.
domingo, 12 de junho de 2011
Devaneio
Se eu pudesse e acontecessem as fantasias
que sonha meu ser, não seria tão só. Talvez.
Se acontecesse e você viesse, não sei,
um sol surgiria e não mais seriam
noites escuras como um nublado dia.
Giro o mundo com o amor de um andarilho
sem sair do lugar meu ser viaja
e te encontra na cachoeira, com um sorriso
largo. Não no lago, te espero. Mas na curva
sinuosa da cidade onde agora moras.
Se a poesia se acaba e sem mensagem ela fica
é porque no interior do seu poeta, não mais existe
quem ele deseja. Seu vazia grita oco, moco, mudo.
Seu amor agora habita, protegido pela santa
que cuida dos olhos. Quem dera se os seus repousassem em mim.
que sonha meu ser, não seria tão só. Talvez.
Se acontecesse e você viesse, não sei,
um sol surgiria e não mais seriam
noites escuras como um nublado dia.
Giro o mundo com o amor de um andarilho
sem sair do lugar meu ser viaja
e te encontra na cachoeira, com um sorriso
largo. Não no lago, te espero. Mas na curva
sinuosa da cidade onde agora moras.
Se a poesia se acaba e sem mensagem ela fica
é porque no interior do seu poeta, não mais existe
quem ele deseja. Seu vazia grita oco, moco, mudo.
Seu amor agora habita, protegido pela santa
que cuida dos olhos. Quem dera se os seus repousassem em mim.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Aparências Nº 2
Nem parece que o mundo girou
Nem parece que por estradas andei,
pessoas conheci, versos compus.
Para para ver e ainda estou aqui.
Nem parece que sol nasceu
ou foi meu amar que não aconteceu
nem parece que feri me nos espinhos
nem parece que aqui ainda estou.
Nem parece que senti o calor da fogueira
que queimava-me enquanto, por ideias lutava.
Não acredito que ainda estou aqui.
Nem parece que sou eu,
que sonhava em conhecer o mundo
e aqui ainda estou.
Nem parece que por estradas andei,
pessoas conheci, versos compus.
Para para ver e ainda estou aqui.
Nem parece que sol nasceu
ou foi meu amar que não aconteceu
nem parece que feri me nos espinhos
nem parece que aqui ainda estou.
Nem parece que senti o calor da fogueira
que queimava-me enquanto, por ideias lutava.
Não acredito que ainda estou aqui.
Nem parece que sou eu,
que sonhava em conhecer o mundo
e aqui ainda estou.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Pranto
Chora a estrada
e a noite ébria
Chora as ruas
e minha imagem
etéria.
Chora o céu
e seu pranto
germina a vida
enquanto chora
eu. E o que
nasceu?
Chora o poeta
versos de lamúria
chora o homem
por trás da sua fúria
Choro eu
porque a quem amo
não posso ter.
E num recanto
onde o pranto fica
do lado de fora
pessoas giram
numa roda
e por um instante
todo o passado
parece enfeites
de estante.
Mas dor que é
dor ainda faz,
sem temor,
sofrer quem,
por amor,
insiste em viver.
Alexandre henrique
e a noite ébria
Chora as ruas
e minha imagem
etéria.
Chora o céu
e seu pranto
germina a vida
enquanto chora
eu. E o que
nasceu?
Chora o poeta
versos de lamúria
chora o homem
por trás da sua fúria
Choro eu
porque a quem amo
não posso ter.
E num recanto
onde o pranto fica
do lado de fora
pessoas giram
numa roda
e por um instante
todo o passado
parece enfeites
de estante.
Mas dor que é
dor ainda faz,
sem temor,
sofrer quem,
por amor,
insiste em viver.
Alexandre henrique
domingo, 15 de maio de 2011
Modernidade orgânica
Há um sonho
uma ação
uma palavra
a ser dita.
Tudo espera
tudo fica
até alguém dar
a partida.
Como uma estrada
interminável
estado de procura
levando apenas
memórias
registradas
no computador
da cabeça.
De tanto viver
no automático
acabei me
sentindo uma
máquina.
Hoje, pulsa vida
nas minhas
engrenagens.
Corre carinho
afeto e
amor nos
limites do
meu ser.
Hoje, como ser
vivo, tenho que levar
vida, a quem
precisa.
Mesmo longe
a essência
não conhece
distância.
Apenas vai
apenas chega.
uma ação
uma palavra
a ser dita.
Tudo espera
tudo fica
até alguém dar
a partida.
Como uma estrada
interminável
estado de procura
levando apenas
memórias
registradas
no computador
da cabeça.
De tanto viver
no automático
acabei me
sentindo uma
máquina.
Hoje, pulsa vida
nas minhas
engrenagens.
Corre carinho
afeto e
amor nos
limites do
meu ser.
Hoje, como ser
vivo, tenho que levar
vida, a quem
precisa.
Mesmo longe
a essência
não conhece
distância.
Apenas vai
apenas chega.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Ainda há esperanças
Bate coração acelerado
como quem viu o rosto do amado
como quem sentiu a voz perder espaço
e a razão ceder lugar
à emotividade do agir.
Bate coração acelerado
acreditando que tudo vai dar certo
sem saber se ainda é cedo
ou tarde para ficar a sonhar.
Bate coração. Apenas bate
e leva vida aos quatro cantos desse corpo
que cansou de pedir socorro
mas no meio do túnel escuro
uma luz se acendeu.
Bate coração. Bate, bate, bate
e termine o que começou:
se entregue
sem remorso.
como quem viu o rosto do amado
como quem sentiu a voz perder espaço
e a razão ceder lugar
à emotividade do agir.
Bate coração acelerado
acreditando que tudo vai dar certo
sem saber se ainda é cedo
ou tarde para ficar a sonhar.
Bate coração. Apenas bate
e leva vida aos quatro cantos desse corpo
que cansou de pedir socorro
mas no meio do túnel escuro
uma luz se acendeu.
Bate coração. Bate, bate, bate
e termine o que começou:
se entregue
sem remorso.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Idéias assim
Idéias propagadas
tão etérias quando faladas;
tão firmes quando entendidas;
tão tolas quando repensadas.
Idéias geniais
tão avassaladoras enquanto teoria;
tão frustrante enquanto prática;
tão motivadora para quem sonha.
Idéias que fazem tremer estruturas,
que fazem vidas serem tiradas
para novas eras nascerem.
Idéias práticas
simples como tabuáda
eficiente como veneno.
Idéias surgidas
ações na ativa,
suas ideologias.
tão etérias quando faladas;
tão firmes quando entendidas;
tão tolas quando repensadas.
Idéias geniais
tão avassaladoras enquanto teoria;
tão frustrante enquanto prática;
tão motivadora para quem sonha.
Idéias que fazem tremer estruturas,
que fazem vidas serem tiradas
para novas eras nascerem.
Idéias práticas
simples como tabuáda
eficiente como veneno.
Idéias surgidas
ações na ativa,
suas ideologias.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Maré
Se tudo está acertado
Por que ainda sinto uma angústia?
Se a maré exala calmaria
à noite, a tempestade chega
logo de dia.
Falsa paz reina
o pavio foi aceso
estou a esperar a explosão.
Não nego, o silêncio
as vezes, assusta.
E assustaria qualquer um
que espera uma resposta.
Um punhado de palavras
como areia no vento
entrar nos ouvidos moucos
cansados desse momento.
Alexandre henrique
Por que ainda sinto uma angústia?
Se a maré exala calmaria
à noite, a tempestade chega
logo de dia.
Falsa paz reina
o pavio foi aceso
estou a esperar a explosão.
Não nego, o silêncio
as vezes, assusta.
E assustaria qualquer um
que espera uma resposta.
Um punhado de palavras
como areia no vento
entrar nos ouvidos moucos
cansados desse momento.
Alexandre henrique
terça-feira, 26 de abril de 2011
Prece
O que é real e o que se faz real?
O que sinto .
Se minha intenção é real
ela existe. E insiste.
E se faz presente
até se tornar real.
Meu anseio é um
mas vários são
os caminhos.
Oh mensageiro da visão,
mostra a estrada e seus ladrilhos deslocados
que me levarão ao coração do meu amado.
Quando lá chegar,
mensageiro da sabedoria,
que eu saiba o que dizer
e o que fazer
com a pureza de uma criança
na fantasia.
Que eu o ame
e que esse amor dê suporte
e regue as flores pelo caminho
cheio de pedras.
Eu mereço o amor de quem eu desejo.
Que a paz inunde nossos corações
e faça a vitória valer a pena.
E que o branco de suas vestes
esteja envolvendo todo meu corpo
preenchendo em mim
toda a necessidade que tenho de você.
Mensageiros da visão
sabedoria
força
pureza
amor
paz
e vitória.
Entrego assim minha intenção.
Alexandre Henrique.
O que sinto .
Se minha intenção é real
ela existe. E insiste.
E se faz presente
até se tornar real.
Meu anseio é um
mas vários são
os caminhos.
Oh mensageiro da visão,
mostra a estrada e seus ladrilhos deslocados
que me levarão ao coração do meu amado.
Quando lá chegar,
mensageiro da sabedoria,
que eu saiba o que dizer
e o que fazer
com a pureza de uma criança
na fantasia.
Que eu o ame
e que esse amor dê suporte
e regue as flores pelo caminho
cheio de pedras.
Eu mereço o amor de quem eu desejo.
Que a paz inunde nossos corações
e faça a vitória valer a pena.
E que o branco de suas vestes
esteja envolvendo todo meu corpo
preenchendo em mim
toda a necessidade que tenho de você.
Mensageiros da visão
sabedoria
força
pureza
amor
paz
e vitória.
Entrego assim minha intenção.
Alexandre Henrique.
Deserto
E a vida congelou
Ou foi minha visão que focou em um só ponto?
Tanto de vida pelo chão
e o que fica na memória
é um homem de branco.
Cautela, entrega, timidez, realidade
chego na encruzilhada
e lá fico. Qual caminho
devo seguir? Não sei.
Se ouço o vento, me entrego.
Se ouço a mim, fico tímido
Se ao oráculo, realidade.
Seja cauteloso ou poderá se perder.
Mas, se me perder
que esse oasis me encontre
ou se perca junto comigo.
Ou foi minha visão que focou em um só ponto?
Tanto de vida pelo chão
e o que fica na memória
é um homem de branco.
Cautela, entrega, timidez, realidade
chego na encruzilhada
e lá fico. Qual caminho
devo seguir? Não sei.
Se ouço o vento, me entrego.
Se ouço a mim, fico tímido
Se ao oráculo, realidade.
Seja cauteloso ou poderá se perder.
Mas, se me perder
que esse oasis me encontre
ou se perca junto comigo.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Aparências
Parece que o sonho acabou
e é hora de acordar para a vida.
Parece que a criança cresceu
e não se satisfaz mais com "era uma vez".
Parece esse alguém sou eu
transmutado
folha caída
semente que voa e cai na terra pra crescer.
Parece que já finquei raízes
e não posso chegar aonde queria.
Parece que a lagarta fez seu casulo,
fechou-se para o mundo
porque chegou a hora de crescer.
Parece que...apenas parece
que tudo acontece
para me afastar de alguém.
Parece que o tarôt estava certo
e meu jardim de sentimentos não floresce
enquanto regar o que não dá frutos
enquanto muito pensar em tal alguém.
Parece que só eu acredito
que o meu desejo será atendido,
mito. Ainda não é minha vez.
Parece que finjo estar bem
e que o real se mantém longe.
Parece...apenas parece.
e é hora de acordar para a vida.
Parece que a criança cresceu
e não se satisfaz mais com "era uma vez".
Parece esse alguém sou eu
transmutado
folha caída
semente que voa e cai na terra pra crescer.
Parece que já finquei raízes
e não posso chegar aonde queria.
Parece que a lagarta fez seu casulo,
fechou-se para o mundo
porque chegou a hora de crescer.
Parece que...apenas parece
que tudo acontece
para me afastar de alguém.
Parece que o tarôt estava certo
e meu jardim de sentimentos não floresce
enquanto regar o que não dá frutos
enquanto muito pensar em tal alguém.
Parece que só eu acredito
que o meu desejo será atendido,
mito. Ainda não é minha vez.
Parece que finjo estar bem
e que o real se mantém longe.
Parece...apenas parece.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O outro lado do espelho

Há muito mais por trás
das palavras que escrevo.
Há muito mais por trás
das palavras que penso.
Há muito mais por dizer
quando o silêncio paira no ar.
Por dentro da manga escondo um Ás
perdido na paz de uma (in)certeza.
Há muito mais por trás
dos poemas que se fazem reais.
Há muito mais de paz
no silêncio que eleva a beleza.
As palavras me refletem
e delas, não consigo me esconder
Se a verdade é dolorosa
algumas vezes vergonhosa
mas sempre, sempre, se faz
honrrosa por viver sem escórias.
A poeisa me reflete.
Lida, escrita, escutada
antes de mim, criada
depois de mim, caligrafada.
Ela é o escudo, o real imaginário
e eu, peixe no aquário, só escuto.
Há alguém que se mostra
Há alguém que se esconde
nos escritos de um verso feito
doce ternura, água na fonte.
Ela é o escudo
e há muito mais e mais
de terras além da ponte.
Alexandre henrique, 11 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Cotidiano
Encerram-se os olhos do dia.
Caem a noite e suas armadilhas
de presente, um passado
futuro imediato de alguém desencantado.
Linhas finas no canto do olho
denunciam meu grito socorro
as olheiras que cansam a afeição:
solidão.
Nada. Absolutamente nada
influencia o norte dos ventos
que fazem meus sinos cantarem
nos altares ao relento,no mapa da estrada.
A vida em bolha, isolada do externo
sendo observada. Eu cobáia.
Paredes de vidro não sustentam mais
desejos de voar.
Alma livre agora sou.
Nada me prende à minha posição.
Viver plenamente
Lema contra a solidão.
Caem a noite e suas armadilhas
de presente, um passado
futuro imediato de alguém desencantado.
Linhas finas no canto do olho
denunciam meu grito socorro
as olheiras que cansam a afeição:
solidão.
Nada. Absolutamente nada
influencia o norte dos ventos
que fazem meus sinos cantarem
nos altares ao relento,no mapa da estrada.
A vida em bolha, isolada do externo
sendo observada. Eu cobáia.
Paredes de vidro não sustentam mais
desejos de voar.
Alma livre agora sou.
Nada me prende à minha posição.
Viver plenamente
Lema contra a solidão.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
A lua e Eu
A lua me chama
Dialoga comigo enquanto volta
para casa.
Ela me consola
Ouve meus probelmas enquanto
volto para casa.
Responde minhas perguntas
Quando o silêncio diz mais que
mil palavras.
E se ela se esconde
sinto sua presença por detrás
das nuvens.
Ah...quanta solidão
que me faz conversar com quem está distante
enquanto esqueço
de quem está perto.
Dialoga comigo enquanto volta
para casa.
Ela me consola
Ouve meus probelmas enquanto
volto para casa.
Responde minhas perguntas
Quando o silêncio diz mais que
mil palavras.
E se ela se esconde
sinto sua presença por detrás
das nuvens.
Ah...quanta solidão
que me faz conversar com quem está distante
enquanto esqueço
de quem está perto.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Incerteza
Só sei que amo,
que vivo a procura
de certezas já prontas,
de substâncias que preencham.
Só sei que amo.
Não é o mesmo de se sentir amado,
é um amor platônico.
Amo a ilusão de amar.
Só sei que amo
e amo tanto que minhas pernas bambas ficam.
Como esquecer algo que só se realiza no sonho?
Só sei que amo
Cada dia da minha vida,
Meus amigos, minha família.
Só sei que amo.
E viver é não parar de amar.
Alexandre Henrique, 28 de março de 2011
que vivo a procura
de certezas já prontas,
de substâncias que preencham.
Só sei que amo.
Não é o mesmo de se sentir amado,
é um amor platônico.
Amo a ilusão de amar.
Só sei que amo
e amo tanto que minhas pernas bambas ficam.
Como esquecer algo que só se realiza no sonho?
Só sei que amo
Cada dia da minha vida,
Meus amigos, minha família.
Só sei que amo.
E viver é não parar de amar.
Alexandre Henrique, 28 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
Inspiração
Bela como a cachoeira que se esconde
Subjetiva como uma obra da Frida
Ponte entre felicidade e realidade
quando se faz presente, muda a vida
É ela. A saudade
que invade tudo e deixa brechas
vazias.
É ela que faz lágrimas rolarem
ao sentir um aroma que lembra
alguém.
Hoje ela se fez presente
fiz sala como bom anfitrião
Tudo
guiado pela sua regência.
Que música triste ela compõe
Que poema melancólico ela inspira
Que comportamento estranho ela incentiva
Bateu ficou
A poesia saiu. A melodia se fez.
Alexandre Henrique, 26 de março de 2011
Subjetiva como uma obra da Frida
Ponte entre felicidade e realidade
quando se faz presente, muda a vida
É ela. A saudade
que invade tudo e deixa brechas
vazias.
É ela que faz lágrimas rolarem
ao sentir um aroma que lembra
alguém.
Hoje ela se fez presente
fiz sala como bom anfitrião
Tudo
guiado pela sua regência.
Que música triste ela compõe
Que poema melancólico ela inspira
Que comportamento estranho ela incentiva
Bateu ficou
A poesia saiu. A melodia se fez.
Alexandre Henrique, 26 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
Poema para Anônimo
Não posso te pedir nada.
Não tenho esse direito.
Não tenho culpa se minha estrada
cruza pela tua
Não posso fazer nada
Estou de mãos atadas
sem saber como falar
o porque de isto lhe escrever
Não posso.
Eu paralizo com tua presença
e sofro demais com sua falta
Solto a voz num quarto oco.
Não se sinta culpado
eu que fui descuidado
de cair na mesma armadilha duas vezes
a vida segue.
Se o vigor me abandona
Se a garra de seguir em frente finge não me conhecer mais
Se nem mesmo a lua cheia exerce o mesmo fascínio de outrora
A culpa não é sua
Faz parte de ti ser assim
do jeito que eu sempre quis do meu lado
Faz parte de ti ser assim
e a mim, nada posso fazer
Distância
Tempo
Remédios não eficazes
quando o que se sentia
ainda se faz existir.
Alexandre Henrique, 23 de março de 2011
Não tenho esse direito.
Não tenho culpa se minha estrada
cruza pela tua
Não posso fazer nada
Estou de mãos atadas
sem saber como falar
o porque de isto lhe escrever
Não posso.
Eu paralizo com tua presença
e sofro demais com sua falta
Solto a voz num quarto oco.
Não se sinta culpado
eu que fui descuidado
de cair na mesma armadilha duas vezes
a vida segue.
Se o vigor me abandona
Se a garra de seguir em frente finge não me conhecer mais
Se nem mesmo a lua cheia exerce o mesmo fascínio de outrora
A culpa não é sua
Faz parte de ti ser assim
do jeito que eu sempre quis do meu lado
Faz parte de ti ser assim
e a mim, nada posso fazer
Distância
Tempo
Remédios não eficazes
quando o que se sentia
ainda se faz existir.
Alexandre Henrique, 23 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
Estrela
E lá vai ela.
Acreditando que a vida é bela
Tirando cores de uma aquarela
Pintando cenas que vê pela janela
Qual o nome dela?
Amélia? Daniela? Mariela? Cinderela?
É alguém na cidadela
dando vida à uma idéia
Anda no meio da rua como se fosse uma passarela
Sua janta é pão e mortadela
Vai à praça com uma saia amarela
Ao mendigo dá torrada e geléia
Vive a vida numa fresta
de uma cidade em falso alerta
Samba a "Modinha para Gabriela"
e se enamorou de um poeta
Quando ébria canta Ella
Janis, Rita, Aretha, Zélia
Quando sóbria toma chá de canela
na varanda, flores de camélia
Do seu caminho tira a pedra
No seu colar, uma pérola
Força e fibra tem Estela
o cisne branco, a gazela
E então segue Estela
andando alegre e serena na cidadela
acenando para quem olha pela janela
Chegou ao seu homem e disse "É ela"
E a brisa ficou ainda mais etérea
Paisagens ficaram muito mais belas
Sentiu que o coração do seu amado agora gela
palavras doces se tornaram quimeras
E hoje vive Estela
não mais sozinha aquelas telas
quatro mão e dois pincéis na aquarela
Sua vida agora é Ela e ela.
Alexandre Henrique, 19 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Formas

Formas que informam
formas que formam
formas que foram
formas que mostram
Formas de desejo
formas suas
formas que anseio
sobre as minhas
Formas que instigam
que levam a razão
Formas que provocam
formas suas
Formas pelas quais chegas
e formas em mim pessoa nova
formas que se esvaiam
formas minhas que querem ser suas
adota essas formas que clamam
que não se conformam com tão abundante distância
olha minhas formas e me veja
e deixa que nossas formas se tornem uma
Alexandre Henrique, 17 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Fala
Junto milhares de traços
Coloco tudo num turbilhão de significados
Presente e passado
e pondero o exagero
Cada ponto fala em cada ponto
conta um ponto, canta um canto
Símbolos, como por encanto
terminam deixando alguem em prantos
Tão orgânica e sanguínea
como a filha que nunca tive
ou fui, e voltei na forma errada
um declive e mais nada
Sem erratas ou correções
Levo apenas a emoção,
da longa e infinita jornada,
de ser feliz e mais nada
É assim que meu corpo fala.
É assim que minha alma se expressa.
Formas, formas e formas
caligráficas, corpóreas
estéticas e normas, normas e normase minha natureza fala.
Alexandre Henrique, 15 de março de 2011
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